A Organização Mundial da Saúde estima que quase 1 bilhão de pessoas no mundo vivam com algum tipo de transtorno mental, e o Brasil está entre os países com os maiores índices de ansiedade e depressão. E, como em muitas outras áreas, as mulheres carregam um peso desproporcional nessa contagem. Já parou para pensar como estamos vivendo além do limite?
Nosso cansaço tem gênero. Não é apenas o estresse do dia a dia como também a soma de todas as tarefas que carregamos convencidas desde que nascemos com a essência do “cuidar” e que somos “multitarefas” por natureza. Ouço constantemente essas duas auto definições que representem uma armadilha para nós mesmas.
Existe a crença que a mulher é forte e de certa forma a fortaleza da família. Que temos de resolver tudo e dar conta de tudo. Ser forte não significa se autodestruir. Dar conta de diversas atividades e cuidar com amorosidade também pode significar dividir as tarefas e colocar limites.
Os meus estudos me apontam que a saúde mental das mulheres está conectada às desigualdades que enfrentamos. Essas diferenças não se manifestam apenas no trabalho ou nos relacionamentos — elas afetam diretamente como cuidamos (ou deixamos de cuidar) de nossa mente, de nosso bem-estar.
O que precisamos entender é que cuidar da mente é uma prioridade. Não é luxo, não é frescura. A terapia, por exemplo, é uma ferramenta poderosa para nos ajudar a entender nossos limites e nos reconectar com nós mesmas. Às vezes, o simples ato de falar, de se ouvir, já é transformador. Cuidar da sua mente é escolher se amar todos os dias.
Texto originalmente publicado no LinkedIn em Novembro de 2024.
