Vivemos em uma sociedade hiperconectada, onde as redes sociais, ao mesmo tempo em que nos aproximam, também intensificam desafios. Para as mulheres, a pressão é ainda maior.
Segundo uma pesquisa da Dove Self-Esteem Project, 42% das mulheres relataram sentir uma pressão constante para seguir padrões irreais de beleza e comportamento impostos online, alimentando uma concorrência feminina sutil, mas presente. Essa comparação contínua com outras pessoas acaba se tornando um ciclo desgastante.
Esse cenário tem impacto direto na saúde mental. Outro dado da Royal Society for Public Health (RSPH), aponta que cerca de 30% das jovens relatam sentir níveis de ansiedade mais altos devido à necessidade de aparentar perfeição nas redes sociais, onde filtros e edições distorcem a realidade. O que deveria ser um espaço de expressão acaba se tornando um terreno fértil para a ansiedade e o sentimento de inadequação.
Como lidar com tudo isso? Navegar por esse mar digital exige discernimento. Refletir, buscar informação com profundidade e praticar empatia. Mas, sinceramente, o que considero mais importante é desconectar-se para reconectar-se consigo mesma.
Posso falar da minha experiência: tenho estado presente aqui buscando uma certa moderação. Compartilho conhecimentos que vou adquirindo na busca de contribuir. Ao mesmo tempo, evito entrar na aceleração mental de postar todo dia, de falar sobre tudo ou de ver e ler tudo o que aparece, tudo o que os outros postam. Mesmo que isso me custe “seguidores”. Tenho buscado alimentar minhas relações de forma individual.
Me importo por saber como o outro está, falando diretamente com a pessoa. Tenho ficado fora de algumas “novidades” e cada vez tenho ficado melhor com isso. Dizer: “poxa ainda não li” tem sido libertador. Se for algo relevante em 5 minutos saberei de tudo. É só ficar online de novo e buscar nos perfis e fontes que acredito. Viu como é simples? Disciplina para um bom viver.
Texto originalmente publicado no LinkedIn em setembro de 2024.
